Como anda sua fé conta a história de Frederico Ortega, um padre que se desviou do seu objetivo sacerdotal. Ele é designado para a paróquia de uma pequena cidade, onde passa por eventos que o fazem querer retomar sua vocação e seguir por um novo caminho. Um verdadeiro amor surge em sua trajetória, porém as tentações não param de aparecer como obstáculos a serem superados. 

À primeira vista, o argumento central da obra de Pedro Fleury pode parecer ter semelhanças com clássicos da literatura como O crime do Padre Amaro (Eça de Queiroz) e O pecado do Padre Mouret, de Émile Zola. Nos romances, um jovem padre se apaixona por uma bela mulher o que coloca à prova a sua fé. Aliás, alguns críticos consideram, equivocadamente, o livro de Eça de Queiroz plágio da obra francesa. 

No entanto, se nas obras de Queiroz e Zola, o amor mundano questiona a fé e o amor espiritual, neste livro ocorre o oposto: é o amor carnal que faz o padre recuperar a fé que julgava perdida em algum canto obscuro de sua alma. A partir daí, Pedro Fleury constrói uma narrativa ágil, em que não faltam intrigas políticas, beatas e fofoqueiras, corrupção e tentações, apresentando um microcosmo do próprio ser humano e suas contradições.  

Romance de estreia de Pedro Fleury, Como anda sua fé atrai a atenção do leitor desde a primeira página, em uma narrativa que ganha intensidade à medida em que novos personagens e tramas surgem.